quinta-feira, 30 de julho de 2009





"Senti o seu perfume. Era o reflexo da mulher escondida atrás de um disfarce.
Em tudo a define. Inesquecível e insubstituível.
A sua voz entoa pelo espaço, estremece e perdura durante mais tempo.
Arrepio que se propaga para além do entendimento.
Não por ser mais forte, ou mais explosiva. Mas sim por ser decidida, confiante…e marcante.
Ela não sabe porque nos toca, porque fica, e porque nos fascina:
Pela energia e vivacidade. Pela conversa e pela falta da realidade.
Pela ambição e por trazer no sorriso o seu coração.
Pela clareza com que seus olhos falam, sem que ela profira um único som.
Pela melodia que toca quando simplesmente abre a boca.
Pelo jeito ameninado que não esquece, e se gosta de ter sempre ao lado.
Somente por estar, por cumprir, por sorrir, e nunca desistir.
Pelo dom da palavra, por nunca estar calada.
Decidi então dar conhecimento, que esse teu jeito característico, mais que específico e preparado, faz com que todos queiram estar a teu lado.
Porque a Ana quando quer, pára, é torna-se diferente.
Vê-se carente de afecto, ansiosa do desejo de alcançar o infinito, e traça o seu próprio destino.
E deixa de falar muito, e diz apenas uma frase, que marca pela reflexão ou apenas pela entoação, que rasga o lugar e o separa de todo o resto. Transcende o Universo.
O tempo pára para que certamente se pense um único instante…
Guarda em si, ouro que não mostra com facilidade, apesar de toda a entrega que possa fazer. Existe algo enigmático que fica por dizer.
E verdade seja dita, que nem sequer precisa.
Nem todos somos ricos, e que seria do mundo sem o equilíbrio que os pobres podem dar? Sobreviver a seleccionar.
Estar com a Ana é Viver…
Não parar, não esquecer, não morrer…
Cala-se todo o ruído sentido à sua volta.
Nítido o seu brilho, o seu perfume, o seu olhar.
O seu sorriso, o seu jeito…Livre de qualquer preconceito
Fica guardado na história. Gravado eternamente em memória.
Ana é mais do que ela pensa, é mais do que possas imaginar. Ana é, e será sempre, livre. Nada de pressões ou preocupações absurdas. Ana vive com a certeza que a intensidade é uma forma de vida, mas simplesmente não acredita em relações de conto de fadas. Realista e independente. Sobrevivente...
Observa o corpo de menina, admira-te com a mente de mulher... que gosta e se orgulha de Crescer."



O seu a seu dono. Deixaram-me este texto que soube-o depois neste blogue.
Longe ou perto. És sempre.





terça-feira, 21 de julho de 2009



Carregamos um ou dois carros e fazemos quilómetros até chegar aqui. Todos os anos é assim. Há anos que assim é. Temos sempre pressa de aqui chegar. Uns mais que outros. Somos sempre os mesmos. Mais uma cara nova ou outra. Somos muitos. É aqui que nos encontramos sempre os três. Desde miúdos. É engraçado ver como crescemos de ano para ano, apesar de nos vermos todas as semanas, estas são as nossas férias. Tudo muda, até nós. Mas as nossas brigas, as tretas, os jogos de cartas, as noites sem dormir a conversar, os pais que continuam a falar-nos como se tivessemos os tais 5 anos, são iguais. Temos 18, 20 e 22 anos. Estamos crescidos. Não o suficiente para não fazermos birras porque não queremos comer isto ou aquilo ou não nos apetece ir à praia de manhã (pq as manhãs são para recuperar as forças das noites infindáveis, há coisas que os adultos séniores não entendem). Amanhã vamos ser só dois e as férias já não vão ser as mesmas. É engraçado como estas amizades permanecem no tempo apesar dos amores e desamores, das paixões não correspondidas, dos amigos diferentes. Nós somos nós. Aqui nesta nossa Praia da Rocha. Não a esquecemos. Ela também não nos esquece. E os segredos que aqui ficam são sempre bons de recordar ano para ano.

sábado, 18 de julho de 2009



Os relógios flácidos, que se dobram sem se desfazerem. O tempo que persiste. As memórias que, ainda que pouco nítidas, nunca se perdem. A obsessão humana com o tempo e a memória. E ele, ali, no meio de tudo.
Num dia admiro. Noutro 'A Persistência da Memória' aflige.
Sinto o vazio. As palavras, qualquer uma delas, não fazem sentido. Estão vazias de tudo. Pequenas demais. Não chegam.
Ouço o silêncio. Retenho tudo. Espero que se cale sem ousar interromper. Respeito-o. E.
Vejo o nada. Pouco desse nada já é muito. Incomoda.
Fico. Na sombra do que não sinto, não escuto e não vejo. Distante, absorta do nada. Os relógios ainda que descaídos marcam o tempo. Esse que não quero sentir, ouvir nem ver.




domingo, 12 de julho de 2009

Tudo e apenas isso.


Gosto de quando em vez passar dias assim.
Quieta.
Sozinha.
Calada.
Abstraída de tudo e de nada.
Sentindo a falta de tudo e de nada.
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A estrada é esta que tu vês bem diante dos teus olhos.
Parece-te não ter fim, também a mim.
Mas nada é estanque o suficiente.
Pensa!


Se cada rolo contar uma história, um romance, uma paixão,
uma ideia, uma ida, já pensaste quantos já somas?
Eu? Eu faço colecção.



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sexta-feira, 10 de julho de 2009


A ideia era rumar à praia as 10 da manhã. Passar um fim-de-semana bom, entre amigos num sítio conhecido embora diferente. Pensámos nisso no café. Uns com vontade de sair da terrinha, apanhar sol e sentir o mar, outros com vontade de apenas não trabalhar. A vontade dessa aventura perdeu-se com as 'loirinhas'. Ficou esquecida com o Gatão acompanhado de biscoitinhos de cenoura, carne e legumes. Acordámos às duas da tarde, com a língua colada ao céu da boca. Adivinhámos um dia 'daqueles'. Estranhamente era de manhã e estava a passar o programa da Júlia Pinheiro.

Perdemos a praia. Ganhámos outros sóis.
É sempre assim.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

São duas e dezanove minutos da manhã. Amanhã é dia de 'pica-boi'. Mas há coisas que me atormentam. Tantas delas sem sentido. Perco o sono. Reviro na cama vezes sem conta à procura de respostas para tudo e mais alguma coisa. É um defeito. Respetio. Percebo que cada um tem o seu papel em qualquer relação. Respeito exige-se quando não ultrapassamos os próprios limites. É triste quando os perdemos. Quando pensamos ser donos de toda e qualquer razão e os tais limites não nos chegam. Só aos outros. É nestas raras vezes que sinto pena. Hoje sei. É triste quando temos de ser e assumir papéis que não são nossos. São de outros que, donos do seu mundo, se perdem. Sem fronteiras. Ainda assim exigem.
Um Pai é sempre um Pai. Um amigo às vezes. Nunca um filho. Um filho é um filho. Um amigo talvez. Nunca um Pai. Quando o respeito é constante, a partilha existe. É comum. Desafortunados aqueles que não são respeitados pelo que são. São-no pela pena, receio, tristeza, desconforto.


Pensa-se que falta tanto. Tenho que chegue. Ainda eu peço tanto quando já tenho outro tanto.

terça-feira, 7 de julho de 2009





Se há coisa que me incomoda é ficar desarmada.
A casa já está arrumada.
Para quê passar o dedo?
O pó está lá. Eu sei.
O resto está no sítio certo.




Somos muito mais do que parecemos. Somos tudo aquilo que não se vê, que já não se sente. Mas somos. Eu sou.




Quem me leva os meus fantasmas?
De que serve ter o mapa
se o fim traçado pode não acontecer?

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Por estes dias li isto.


''Na generalidade dos países democráticos, mentir é algo que põe fim à respeitabilidade de um político. Por cá, discute-se quem mentiu mais.''



O problema não é mentir. É mentir e ser apanhado. São milhões os que todos os dias procuram a mentira. Cidadãos comuns e jornalistas bons e da treta. Quem procura acha. E não são poucas. Não sejamos moralistas.

sábado, 4 de julho de 2009


Silêncio.
A porta é só o começo.
Silêncio
A voz cala.
Silêncio.
O sorriso perpetua.
Silêncio.
Tão mais seguro.


Sabê-lo ouvir é uma virtude. Saber senti-lo é outra.

sexta-feira, 3 de julho de 2009



O relógio não pára. O corpo parece não reagir à vontade de chegar a horas. A calçada estremece com o passo. Àquela hora da manhã tudo irrita. Até mesmo o 'toc-toc' dos saltos no passeio. Alheia a tudo sigo o caminho. E, ao virar da esquina, inesperadamente, dou de caras com a Maria Micaela. Os carros param para a ver e deixar passar. A 'menina' não olha a nada. Tal como eu, segue alheia ao Mundo. Pensei eu até chegar à porta do serviço. Ali, parada à minha espera estava a Mimi. Entrou pelo serviço dentro. Tudo é dela. O meu objectivo era chegar a horas ao serviço. O dela, vir comigo. Deitou-se aos meus pés feliz da vida. Também eu, envergonhada pela situação, me sentia assim. Nove e meia da manhã e já ganhei o dia. Ainda existem amigos fiéis.