segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Inseparáveis



Inseparáveis.

Quando nos apresentámos ninguém nos disse que estávamos a dar um nó num laço inseparável.
Ninguém nos disse que íamos passar madrugadas a divagar sobre o nada.
Ninguém nos disse que íamos rir até à lágrima.
Ninguém nos falou das maravilhas de darmos as mãos e de passarmos o melhor dos nossos dias juntos.
Ninguém nos falou das vicissitudes que poderiam vir.
Ninguém nos deu a coragem. 
Encontrámos a nossa coragem e força vindas das inúmeras horas de risadas descabidas.
Ninguém nos falou dos tropeços e o nosso mundo desabou pelos inúmeros desamores, pelas não conquistas.
Banalidades de jovens adultos.
Quando um de nós caiu, o outro estava lá cheio de força. 
Com a mesma coragem daquelas madrugas loucas.
A vida deixou-nos beber da melhor colheita.
E das melhores castas viemos nós.
Diferentes no ser, iguais nos valores.
O sentimento de irmãos, amigos, família cresceu em nós pela partilha, essa sempre constante.
E assim hoje, e para todo o sempre, quase como que numa cerimónia matrimonial, abraçamo-nos juntos.
Selamos uma vez mais o nosso amor amigo.

Aquele abraço calmo. Silencioso. Forte. Desajeitado. Mas. Firme. Cheio. Quente. Sente. O nosso abraço em ti.


''É aquele abraço, onde digo muito sem dizer nada e ouço muito sem que ele diga uma só palavra.''


Somos nós, Inseparáveis.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Adeus.

Adeus.
O abraço torna-se mais forte.
O olhar profundo enaltecido por lágrimas que anunciam cair.
As palavras, essas pesam, sentem-se com fervor e ecoam.
O corpo fica parado, inerte.
O coração na boca, as mãos gélidas, os joelhos trémulos.
Tal qual na primeira vez que te vi.

Adeus.
Ao invés de valorizarmos as coisas que nos fazem dizer adeus, valorizamos o que temos, o que tivemos.
As madrugadas de risos e de amor. As refeições pausadas e silenciosas. A conversa chata para termos algo que dizer. As tardes de ronha. A cumplicidade. O carinho. O amor.
Dizemos adeus a tudo.
Aos sonhos, as experiências, ao que ainda não fizemos.
Os planos desvanecem-se numa fotografia molhada por lágrimas de saudade, essa que já aperta.
Como que um fosso gigante que se abre na nossa frente e não podemos evitar.
Sabemos que vamos cair nele.
Já lá estamos.

Adeus.
Quero que fiques, que o beijo não acabe mais, que o teu cheiro não saia de mim, que o abraço seja eterno.
Adeus.




segunda-feira, 24 de outubro de 2011


'Eu respeito-te. E gostava que pudéssemos concordar mais vezes, e que discutissemos menos, e que fosse mais fácil. Mas se assim fosse, não eras tu nem era eu. E eu respeito-te. Tão somente isso. E sei que nem sempre é fácil ser mãe, e que nem sempre é fácil ser filha. E ser as melhores. Não é perfeita, mas é a nossa relação. É isso que nos faz.'
Não sinto necessidade de escrever para ti. Nem de ouvir a minha voz acusar a tua falta. Não preciso falar de ti para te sentir comigo, connosco. Nem preciso de ver as tuas fotografias para te recordar. Não sinto necessidade de reclamar a tua partida, seja com quem for. Tão pouco carrego no 'play' quando vejo um ou outro filme em que sei que estás. Não me incomoda ir ao espaço que já foi teu. Não me incomoda falarem-me de ti.

No meu íntimo falo-me de ti. Ouço o teu sorriso estúpido, estridente, despropositado, simples, sincero, lindo. Lembro-me das vezes que estivemos juntos. Que não valorizámos e que agora parece que há a necessidade de sobrevalorizar. Dou-te o valor imenso e eterno que tens. Não mais que esse. E sei que nos gostávamos.

Sinto-te comigo. Penalizo-me imenso. Sei que se não sentisse, não era errado. Terias partido em paz.

Podíamos ter partilhado mais, sim. Mas partilhámos aquilo que nos foi possível e o que quisemos. E quando foi, foi mesmo. Foi feliz, foi com vontade. Não foi de menos. Mas podia ter sido mais.

É no silêncio que sinto a revolta. E questiono o Mundo. A injustiça. Que o aperto toma conta de mim. E olho à volta e vejo aqueles a quem tu também faltas. Gostava que te sentissem e lembrassem como eu. Feliz.

Always a believer. 'Ana, Don't worry. Be happy!' Nunca me vou esquecer de ti. Estás em mim há demasiado para te ires assim.

Do Cimo do Meu Telhado. Eu sinto a necessidade de estar aqui.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010



RESPEITAR.
Dar-se ao respeito.
Saber respeitar.
Fazer-se respeitar.


domingo, 12 de dezembro de 2010




Coragem.
O calor aperta. O frio devasta.
Coragem.
As pernas trémulas caminham certas no incerto.
Coragem.
Procura a força em ti.
Coragem.
Sofre.
Coragem.
Regressa a ti. Descobre-te. Encontra-te.
Coragem.



sexta-feira, 19 de novembro de 2010



Dá-me a mão. Não consegues? Eu dou a minha a ti, agarro-te com toda a minha força. Puxo-te para mim. Arrasto-te. Mas vens comigo. Ao colo ou às costas. Hoje sou eu, outrora foste tu, sem saberes. Pesas-me. Eu não desisto. Este é o caminho, o nosso. Tu só estás um pouco cansado. Amarro-te a mim se preciso. Hoje sou eu, sozinha. Amanhã somos os dois a caminhar. Lado a lado. Com vontade de dar cada passo. Eu quero. Tu também, só não o sabes. Mas eu mostro-te o quanto queres.



É incerto e eu sou a pessoa certa para te dar a mão.