terça-feira, 29 de outubro de 2013

Adeus.

Adeus.
O abraço torna-se mais forte.
O olhar profundo enaltecido por lágrimas que anunciam cair.
As palavras, essas pesam, sentem-se com fervor e ecoam.
O corpo fica parado, inerte.
O coração na boca, as mãos gélidas, os joelhos trémulos.
Tal qual na primeira vez que te vi.

Adeus.
Ao invés de valorizarmos as coisas que nos fazem dizer adeus, valorizamos o que temos, o que tivemos.
As madrugadas de risos e de amor. As refeições pausadas e silenciosas. A conversa chata para termos algo que dizer. As tardes de ronha. A cumplicidade. O carinho. O amor.
Dizemos adeus a tudo.
Aos sonhos, as experiências, ao que ainda não fizemos.
Os planos desvanecem-se numa fotografia molhada por lágrimas de saudade, essa que já aperta.
Como que um fosso gigante que se abre na nossa frente e não podemos evitar.
Sabemos que vamos cair nele.
Já lá estamos.

Adeus.
Quero que fiques, que o beijo não acabe mais, que o teu cheiro não saia de mim, que o abraço seja eterno.
Adeus.




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