sábado, 14 de agosto de 2010

Portas




Entra e fecha a porta.
Se preciso for, constói uma parede.
Guarda apenas o sítio dela, na memória.
Não olhes para trás, não espreites o que esteve atrás dela.
Dá-me a mão. Firme.
Vem conhecer e abrir comigo as portas do que é meu.
Não tenhas pressa.
Não queremos ser atraiçoados por qualquer porta que possamos abrir.
Vamos ser cautelosos.
Sente comigo o som da chave que entra na fechadura.
Rodamos juntos a chave, a porta já se abriu.
É mais uma divisão, com mais portas.
Queres abrir? Mas dá-me a mão.
Não te percas de mim.
Não me quero perder de ti.
Não quero abrir a porta errada.
E tu também não.
E se acaso fechar alguma, fecha-a comigo.




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